01 Out Pré-diabetes
Definição
Pré-diabetes significa que o nível de açúcar no sangue é mais elevado que o normal, mas ainda não é suficientemente elevado para se classificar como diabetes tipo 2. Se não for tratada, a pré-diabetes irá, provavelmente, tornar-se diabetes tipo 2 em 10 ou menos anos. Se tiver pré-diabetes, o seu corpo já poderá estar a sentir os efeitos da diabetes – principalmente no que diz respeito ao coração e ao sistema circulatório.
Mas não são só más notícias. A pré-diabetes pode servir como uma chamada de atenção e dar-lhe a oportunidade de melhorar a sua saúde, uma vez que a evolução da pré-diabetes para diabetes do tipo 2 é evitável. Com mudanças no estilo de vida – tais como alimentação saudável, a prática de exercício físico e a manutenção de um peso saudável – poderão ajudar a normalizar o nível de açúcar no sangue.
Sintomas
Muitas vezes a pré-diabetes não tem quaisquer sinais ou sintomas.
Marcas mais escuras na pele, cujo nome é acantose nigricans, é um dos poucos sinais que indica um possível risco de diabetes. As áreas mais comummente afectadas incluem o pescoço, as axilas, os cotovelos, os joelhos e nós dos dedos.
Sintomas típicos da diabetes do tipo 2 a que se deve estar atento:
- Mais sede do que o habitual
- Frequente necessidade de urinar
- Fatiga
- Visão desfocada
Quando ir ao médico
Consulte o seu médico se estiver preocupado com a diabetes ou se notar que tem alguns sinais ou sintomas da diabetes tipo 2 – mais sede e frequente necessidade de urinar, fatiga e visão desfocada.
Peça ao seu médico exames da glucose se tiver algum factor de risco de pré-diabetes, tal como:
- Tem excesso de peso, com um índice de massa corporal superior a 25.
- For sedentário.
- Tem 45 anos ou mais.
- Tem historial familiar de diabetes tipo 2.
- Se for de origem Afro-Americana, Hispânica, Índia, Asiática ou de uma ilha no Pacífico.
- Se tiver desenvolvido diabetes gestacional durante a gravidez ou se deu à luz um bebé que pese mais de 4.1kg (9 libras).
- Se tiver o síndrome do ovário policístico, uma doença caracterizada por períodos menstruais irregulares, hirsutismo e obesidade.
- Se tiver pressão arterial elevada.
- Se a sua concentração de colesterol de lipoproteínas de alta densidade (HDL; o “bom” colesterol) for abaixo das 35 miligramas por decilitro (mg/dL) – 0,9 milimoles por litro, ou mmol/L – os se o nível de triglicéridos for superior a 250mg/dL (2,83 mmol/L).
- Se dormir regularmente menos de seis ou mais de nove horas por noite.
Causas
A causa exacta da pré-diabetes é desconhecida, embora os investigadores tenham descoberto alguns genes relacionados com a resistência à insulina. Excesso de gordura – especialmente abdominal – e o sedentarismo também parecem ser factores importantes no desenvolvimento da pré-diabetes.
O que se sabe definitivamente é que as pessoas que sofrem de pré-diabetes já não são capazes de processar o açúcar (glucose) correctamente. Isto faz com que o açúcar se acumule na corrente sanguínea, em vez de fazer a sua função de fornecer energia aos músculos e outros tecidos.
A maior parte da glucose no corpo provém do que ingerimos, especialmente de alimentos que contenham hidratos de carbono. Qualquer alimento com hidratos de carbono, não apenas os doces, afecta os níveis de açúcar.
Durante a digestão o açúcar entre na corrente sanguínea e, com a ajuda da insulina, é absorvido pelas células para lhes dar energia.
A insulina é uma hormona que é produzida no pâncreas, uma glândula situada atrás do estômago. Quando ingerimos alimentos, o pâncreas segrega insulina na corrente sanguínea. A insulina circula pelo corpo, agindo como a chave que abre portas microscópicas que permitem que o açúcar entre nas células. A insulina diminui a quantidade de açúcar na corrente sanguínea. Quando o nível de açúcar baixa, também a segregação de insulina baixa.
Quando se sofre de pré-diabetes, este processo começa a funcionar irregularmente. Em vez de fornecer energia às células, o açúcar acumula-se no sangue. Isto ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente e/ou as células se tornaram resistentes à acção da insulina.
Diagnóstico
Quem deve ser testado.
A Associação Americana de Diabetes recomenda análises à glucose no sangue se existir algum tipo de factor de risco de pré-diabetes. Isto inclui-o se:
- Tem excesso de peso, com um índice de massa corporal superior a 25
- É sedentário
- Tem 45 anos ou mais
- Tem historial familiar de diabetes tipo 2
- Se for de origem Afro-Americana, Hispânica, Índia, Asiática ou de uma ilha no Pacífico
- Tem historial de gravidez gestacional ou se deu à luz um bebé com mais de 4.1 quilogramas de peso.
- Tem historial de síndrome do ovário policístico.
- Se tiver pressão arterial elevada
- Tem níveis de colesterol anormais, incluindo o colesterol lipoproteína de alta densidade (HDL) abaixo de 35mg/dL (0,9 mmol/L) ou o nível de triglicéridos acima de 250 mg/dL (2,83 mmol/L)
Testes utilizados para o diagnóstico da pré-diabetes.
- Em Junho de 2009, um comité internacional de constituído por especialistas da Associação Americana de Diabetes, a Associação Europeia para o Estudo dos Diabetes e a Federação Internacional de Diabetes recomendou que os testes utilizados para testar a pré-diabetes incluíssem:
- Teste de hemoglobina glicada (A1C). Esta análise de sangue indica o nível médio de açúcar no sangue nos últimos dois a três meses. Este exame mede a percentagem de açúcar no sangue ligado à hemoglobina, a proteína que transporta o oxigénio nas células vermelhas. Quanto maior for o nível de açúcar, mais hemoglobina haverá com açúcar. Um nível de A1C entre 6% e 6,5% é considerado pré-diabetes. Um nível de 6,5% ou mais em dois testes separados indica que a pessoa tem diabetes.
Algumas condições podem tornar o teste A1C incorrecto – tais como a gravidez ou uma forma incomum de hemoglobina (conhecida como variantes de hemoglobina).
Depois deste teste, existem outros testes que o médico pode pedir para diagnosticar a pré-diabetes:
- Teste da glicose em jejum. Uma amostra de sangue será retirada após jejum de pelo menos oito horas ou durante a noite. Um nível de açúcar inferior a 100 miligramas por decilitro (mg/dL) – 5,6 milimoles por litro (mmol/L) – é considerado normal. Um nível de açúcar entre os 100 e os 125 mg/dL (5,6 a 6,9 mmol/L) é considerado pré-diabetes. Isto é, muitas vezes, referido como pré-diabetes. Níveis de açúcar iguais ou superiores a 126 mg/dL (7,0 mmol/L) podem indicar diabetes mellitus.
- Teste da glicose em jejum. Uma amostra de sangue será retirada após jejum de pelo menos oito horas ou durante a noite. Depois é ingerida uma solução açucarada e volta-se a medir os níveis de açúcar duas horas mais tarde. Níveis de açúcar inferiores a 140 mg(dL (7,8 mmol/L) são normais. Um nível de açúcar entre os 140 e os 199 mg/dL (7,8 a 11.0 mmol/L) é considerado pré-diabetes. Isto é, muitas vezes, referido como tolerância à glucose. Níveis de açúcar iguais ou superiores a 200 mg/dL (11,1 mmol/L) podem indicar diabetes mellitus.
Se o nível de açúcar no sangue é normal, o médico poderá recomendar análises de rotina a cada três anos. Se tiver pré-diabetes, poderão ser necessários mais testes. Por exemplo, o médico poderá querer verificar a glucose em jejum, A1C, colesterol total, colesterol HDL, lipoproteína de baixa intensidade (LDL), colesterol e triglicéridos pelo menos uma vez por ano, possivelmente com mais frequência se existirem mais factores de risco de diabetes. O médico poderá recomendar, também, um teste de micro-albuminúria, que analisa a proteína na urina – um sinal precoce de danos nos rins.
Tratamento
Se tiver pré-diabetes, escolhas de vida saudáveis poderão ajudar a reduzir os níveis de açúcar para níveis normais, ou, pelo menos, evitar que subam para níveis vistos na diabetes tipo 2. As directrizes do American College of Endocrinology sugere o seguinte tratamento para a pré-diabetes:
- Ingerir alimentos saudáveis. Escolher comidas com baixo teor de gordura e calorias e ricas em fibra. Dar preferência a frutas, vegetais e cereais. Fazer uma alimentação variada de modo a atingir os objectivos sem prejudicar o sabor da comida e a nutrição.
- Fazer actividade física. Procurar fazer 30 a 60 minutos de exercício físico moderado pelo menos cinco vezes por semana. Fazer uma pequena caminhada todos os dias. Andar de bicicleta. Nadar. Se for incapaz de realizar um treino longo, dividir o treino em pequenas sessões ao longo do dia.
- Perder o peso em excesso. Se tiver excesso de peso, perder 5 a 10% de massa corporal – entre 4,5 a 9 quilogramas se pesar 91 quilos – pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Para se manter num peso saudável procure manter-se focado em mudanças permanentes nos hábitos alimentares e de exercício. Motive-se lembrando-se dos benefícios de perder peso, tais como ter um coração mais saudável, ter mais energia e uma auto-estima mais elevada.
- Tomar medicação quando necessário. Por vezes, a medicação – tal como fármacos orais como a metformina e a acarbose – poderão também ser uma opção quando existe risco de diabetes. Isto inclui os casos em que a pré-diabetes está a piorar ou em que existe doença cardiovascular, fígado gordo ou síndrome de ovário policístico. Alguns estudos mostram que a pioglitagroma e fármacos semelhantes, que melhoram a sensibilidade à insulina, podem ajudar a reduzir o risco da passagem de pré-diabetes para diabetes, mas estão associados ao aumento de peso e retenção de líquidos (edema).
Noutros casos, é também necessária medicação para controlar o colesterol (particularmente as estatinas) e a pressão arterial elevada. No entanto, é sempre essencial escolher um estilo de vida saudável.
Uma vez que vários estudos recentes sugerem que dormir bem durante a noite pode reduzir a resistência à insulina, tente dormir pelo menos seis horas por noite.
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